PREDITORES DE MORTALIDADE NA COVID-19: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA NO CEARÁ
Palavras-chave:
COVID-19, Tempo até o Tratamento, Resultado do Tratamento, Equipe Multidisciplinar, Fortaleza, BrasilResumo
A COVID-19 se apresenta de várias maneiras e o atraso no reconhecimentode sinais de deterioração clínica gera
maior morbidade e mortalidade. Este estudo objetivaidentificar e analisar variáveis demográficas e clínicas que
predizem gravidade empacientes com COVID-19 no intuito de auxiliar no aprimoramento da assistênciamultidisciplinar à saúde. Foi realizado em um hospital público terciário entre março aagosto de 2020, em Fortaleza – Ceará - Brasil. Métodos: Este estudo retrospectivo incluiupacientes com COVID-19 confirmada por RT-PCR e idade ≥18 anos internados em UTI.Foram avaliados prontuários eletrônicos e um banco de dados de vigilância nacional(SIVEP-Gripe: Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe).Resultados: Foram incluídos 419 pacientes com COVID-19. Os pacientes eram do sexomasculino (63,9%), com idade média de 53,5 ± 19,4 anos. O tempo entre o início dossintomas de COVID-19 e a admissão na UTI teve mediana de 9 dias (IQR: 6
– 10). Ogrupo com tempo ≥10 dias era mais velho e apresentava maior taxa de dispneia,comorbidades, uso de suporte ventilatório (principalmente invasivo) e piores desfechos,como maior permanência na UTI e mortalidade (62,2% vs 43,5%; p<0,001). Idadeavançada, tempo ≥10 dias entre os primeiros sintomas e admissão na UTI, hipoxemia euso de suporte respiratório foram fatores de risco para óbito. Hipoxemia (O.R.= 8,5; IC95%, 2,0 a 35,3; P= 0,003) e idade (por cada 20 anos) (O.R.= 3,12; IC 95%, 1,94 a 5,01; P < 0,001) foram independentemente associadas ao óbito. Conclusão: Maior atraso (≥10dias) na admissão de
pacientes graves na UTI foi associado a desfechos ruins na COVID-19. Hipoxemia durante a internação foi o principal preditor de gravidade e óbito. Otrabalho da equipe multidisciplinar na educação da população e no reconhecimentoprecoce de sinais de agravamento da doença é primordial.
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